Ataxia – A busca pela estabilidade e as oportunidades terapêuticas

O cerebelo é a estrutura do nosso cérebro responsável pelo equilíbrio, é ele que calcula todos os ajustes necessários relacionados com a dinâmica corporal e as mudanças que ocorrem à nossa volta. Quando há comprometimento nesta região, a realização de movimentos voluntários e a manutenção da postura são um desafio, porque não há a estabilidade necessária para realizar um movimento controlado, afetando gravemente a qualidade de vida da pessoa. Deste modo, estamos perante um distúrbio neurológico, a ataxia, que apresenta causas variadas, mas com características clínicas semelhantes entre os indivíduos, como a marcha anormal, défice no equilíbrio, dificuldade de coordenação dos membros e comprometimento na fala.

A ataxia de Friedreich é a ataxia hereditária mais frequente, é neuro-degenerativa e o início dos sintomas surge na puberdade. Esta apresenta uma componente genética, mas para além desta vertente, outras causas podem desenvolver ataxia, como por exemplo: as doenças autoimunes, intoxicação por substâncias ou trauma cerebral.

As pessoas que carecem desta condição apresentam uma marcha com grande oscilação corporal, com as pernas mais afastadas, com um passo comprido e a grande dificuldade passa por manter o equilíbrio em posturas estáticas.

Embora não haja cura para a ataxia são várias as oportunidades terapêuticas reconhecidas atualmente, que vão deste as estratégias farmacológicas à terapia física, nomeadamente fisioterapia e terapia ocupacional, sendo estas um meio crucial para maximizar a função. A fisioterapia neurológica visa reforçar as ligações internas existentes a nível corporal de modo a promover a máxima recuperação.