Atividade física após um AVC?
As diretrizes mundiais recomendam que a população deve realizar 150 minutos de atividade física moderada a vigorosa semanalmente. A capacidade de se manter ativo fica limitada quando ocorre um AVC, do qual podem resultar sequelas como a fraqueza muscular, a dor, a espasticidade, a falta de equilíbrio, o compromisso cognitivo. Tudo isto leva à perda de condicionamento físico, movimento e independência e contribui para potenciar as comorbilidades e o risco acrescido de um novo evento cerebral.
O sucesso clínico depende do trabalho específico desenvolvido em sessão de fisioterapia neurológica e da restante atividade desenvolvida fora da sessão, ou seja, no seu dia-a-dia. É importante manter-se ativo, procurar um descondicionamento físico para controlar os fatores de risco e melhorar a condição física, o equilíbrio e assim prevenir as quedas.
O fisioterapeuta ajuda a adaptar os exercícios face às suas limitações, para que os mesmos sejam adequados e contribuam para a sua evolução. Considerando as suas sequelas deixamos aqui duas estratégias para usar que podem facilitar durante o exercício:
- Se no seu caso tem um baixo tónus, por exemplo um braço “mais mole”, pode usar uma superfície de cada lado e apoiar as mãos, pode também usar um apoio nas costas e elevar alternadamente as suas pernas.
- Se por outro lado tem um tónus elevado, por exemplo um braço mais “rígido”, mas que se consegue moldar, pode usar o apoio da mão que está melhor e pousa uma sobre a outra e realiza movimentos com a cervical.
O importante é não se acomodar à imobilidade e procurar manter-se ativo.
Church, G., Parker, J., Powell, L. & Mawson, S. (2019). The effectiveness of group exercise for improving activity and participation in adult stroke survivors: a systematic review. Physiotherapy, 105 (4), 399 – 411. doi:10.1016/j.physio.2019.01.005
Galloway, M., Marsden, D., Callister, R., Erickson, K., Nilsson, M. & English, C. (2023). How little is enough? The feasibility of conducting a dose-escalation study for exercise training in people with stroke. Journal of Stroke and Cerebrovascular Diseases, 32 (8). https://doi.org/10.1016/j.jstrokecerebrovasdis.2023.107190