Exercício e Stress
O estilo de vida das pessoas, nos dias de hoje, é cada vez mais agitado e stressante. Toda a gente tem horário para tudo. Horário de trabalho sempre a aumentar, pessoas sempre contactáveis (também pela exposição ao trabalho como uma demonstração de bom profissionalismo), poucas horas de sono, “saltar” refeições e as horas de lazer nem se quer estão inseridas no quotidiano.
Toda esta agitação leva ao sedentarismo nos poucos minutos de fôlego que sobram. Com efeito, aumentos de massa gorda, diminuição de massa muscular, menor capacidade cardiorrespiratória, problemas coronários, dificuldades no sono, colesterol, diabetes, hipertensão, etc. E tudo isto entra num efeito “bola de neve”, onde as consequências são cada vez piores.
E o que pode fazer para ajudar?
Naturalmente, optar por hábitos de vida mais saudáveis é a melhor resposta que podemos dar. Descanso, alimentação adequada e exercício físico formam uma chave para alcançar o objetivo final: o bem-estar físico, psicológico e social.
Contudo, alerto para alguns cuidados a ter. A mudança radical pode ser um promotor dos aumentos de cortisol (hormona associada ao stress). Por isso, faça mudanças, sim, mas modificações pequenas e exequíveis, promovendo o prazer nessas novas rotinas. Outro aspeto a ter em conta é que o exercício é uma “agressão” ao nosso organismo. Sim, leu bem, uma agressão. De facto, nós estamos programados para permanecer num estado de homeostasia. Qualquer exercício físico que seja feito, vai provocar um aumento do cortisol. Mas podemos considerar que é um aumento benéfico, desde que de forma controlada. Se orientar-mos o organismo para um novo patamar de stress, a rotina vai deixar de ser percecionada como uma agressão ao nosso organismo, fazendo com que o nosso dia-a-dia seja vivido com mais qualidade!
Autor: José Gonçalves – Personal Trainer
Bibliografia:
Atkinson G, R. T. (1996). Circadian variation in sports performance. Sports Med, pp. 292-312.
Bird, M. P. (2002). . Potential for community programs to prevent depres-sion in older people. Med J .
Dunn, A. T. (2005). Exercise treatment depression efficacy and dose response. American Journal of Preventive Medicine, pp. 1-8.
Gorenstein, C. &. (1996). Validation on of a portuguese version of the beck depression inventory and the state-trait anxiety inventory in Brazilian Subjects. Brazilian Journal of Medical and Biological Research., pp. 453-457.
Hall, E. E. (2002). The affective beneficience of vigorous exercise revisited. British Journal of Health Psychology, pp. 47-66.
Pate, R. P. (1995). Physiological activity and public health, a recommendation from the Centers for Disease Control and Prevention. American College of Sports Medicine, pp. 402-407.
Ribeiro, J. (1988). Efeitos psicológicos da actividade física. Jornal de Psicologia, pp. 5-14.
Samulski, D. &. (1996). A importância da atividade física para a saúde e a qualidade de vida. Revista de Educação Física e Desporto., pp. 60-70.
Vuori I, U. H. (1988). Epidemiology of exercise effects on sleep. Acta Physiol Scand, pp. 3-7.