Perda de gordura localizada: funciona mesmo?
Esta é uma das afirmações mais antigas no mundo do fitness. Este post vai trazer respostas e terminar com algumas dúvidas.
Quem pratica exercício físico tem de perceber que tecido muscular e tecido adiposo são tecidos diferentes e a influência do exercício sobre eles é, também, diferente. A tensão muscular, promovida pelo treino e aplicada às fibras musculares, favorecem a hipertrofia (caso haja condições vantajosas à síntese proteica). Por outro lado, esse mesmo exercício provoca um aumento do dispêndio energético diário, que pode facilitar a perda de gordura. Porém, é importante ter em conta que o organismo degrada a gordura existente nos adipócitos, transformando-a em ácidos gordos livres, que são enviados para a corrente sanguínea e poderão ser utilizados (consoante a necessidade do organismo) no metabolismo celular. Este processo não é necessariamente nos locais mais próximos da sua acumulação, ou seja, se houver uma grande acumulação de gordura na região abdominal, essa mesma gordura poderá ser utilizada para obtenção de energia em exercícios que não utilizem de forma direta a musculatura do abdómen. O mesmo se aplica no caso contrário: se estiver a fazer abdominais (com intuito de perda de gordura na região abdominal), a gordura utilizada para obtenção de energia poderá ser proveniente de outra massa adiposa.
Assim sendo, é falso que a perda de gordura com o exercício físico seja localizada. Acrescento ainda que para o exercício físico ser uma componente importante na perda de gordura, são necessários exercícios que utilizem muita massa muscular em simultâneo de modo a necessitar de mais energia. Mas acima de tudo, a importância do exercício físico está no aumento das capacidades musculares que vão beneficiar o nosso dia-a-dia. Mais força significa menos cansaço nas atividades diárias e, por isso, mais capaz de fazer mais atividades e consequente maior dispêndio energético.