Relação da obesidade com alterações nos pés
A obesidade assim como o sedentarismo são das afeções mais comuns nos países ocidentais, sendo as principais responsáveis por complicações do estado de saúde.
O Índice de Massa Corporal (IMC) é o cálculo utilizado clinicamente para relacionar o peso e altura, através da fórmula IMC = peso (kg)/altura (m)2
A obesidade é classificada, segundo:
Obesidade grau I 30 a 34,9
Obesidade grau II 35 a 39,9
Obesidade grau III ≥ 40
A relação da sintomatologia dolorosa nos pés por sobrepeso é aparentemente óbvia, mas o que nos demonstra a evidência científica?
– o aumento do IMC está relacionado com o aumento dos processos inflamatórios, seja a nível tendinoso, articular ou ósseo, como por exemplo, tendinites, artrites e periostites;
– a obesidade está relacionada ao risco de desenvolver patologias sistémicas, como a Diabetes tipo II;
– o peso elevado altera a pressão sobre estruturas anatómicas durante a locomoção, como a anca, os joelhos e os tornozelos. O sobrepeso pode corresponder a uma pressão sobre os membros inferiores equivalente a 6 ou 8 vezes o peso corporal(!!);
– Nos pés, a sintomatologia é referida maioritariamente sobre a região do retropé / calcanhares; – Os pés aplanados / chatos e o momento aumentado em pronação (queda do pé “para dentro”), durante o caminhar, estão associados a pessoas com obesidade e com maiores pressões sobre a região plantar dos pés, assim como, à deformação do calçado;
Em conclusão, o aumento da massa gorda está significativamente associado à dor nos pés, assim como, um elevado IMC está associado a distúrbios funcionais e biomecânicos dos pés.
Um Podologista, em conjunto com outros profissionais de saúde, pode auxiliar no tratamento da obesidade e nas suas manifestações biomecânicas, sistémicas e com repercussão dolorosa, aconselhando calçado adequado, exercício físico, no tratamento das alterações cutâneas e na prescrição de ortóteses plantares (palmilhas personalizadas).